segunda-feira, 25 de abril de 2011

Olhar feminino...

"... Sou a emoção do perigoso, desde que eu possa cobrir o risco. 
Sou sorriso tímido em algumas horas e gargalhada escancarada em outras.      
     Sou o tesão de uma missão cumprida, com gostinho de 
quero-mais-ainda. Sou uma piadinha boba bem contada. 
Sou adorar o meu trabalho. Sou falar com Deus bem baixinho 
à noite, e ir à igreja quando dá vontade. Sou um sorriso 
aberto de quem estava com saudades de me ver. Sou muitas 
amizades e amigos.
 Sou muito, mas muito chocolate, de todo jeito.
     Sou a minha casa mais do que a rua, os móveis 
confortáveis e a cozinha enorme. Sou olhar o céu da varanda 
com noite de lua cheia e estrelas brilhando, em tempo ameno, 
ouvindo música. Sou o meu quarto. Sou a minha cama e dormir agarrada com o travesseiro. Sou a mesa e a cadeira do 
computador. 
Sou banho gelado em dia quente. Sou cremes, perfumes, 
batom rosa, presilhas, caixinhas encapadas e aspirina. 
Sou sapato alto, meia fina, lingerie de renda, 
calça jeans e blusas coloridas. Sou pouca maquiagem, 
coque no dia-a-dia e cabelo solto e arrumado aos fins de 
semana. Sou milhares de relicários, as gavetas cheias 
de fotos, cartas, lembranças das quais eu não consigo
 me desfazer. Sou lápis de cor, tinta, papel.
Sou uma idéia de organização que nunca se concretiza. 
Sou um NÃO gigante a grande parte das regras e um boom 
criativo e intuitivo na maior parte das vezes. Sou uma 
vida lotada de amigos, um sorriso simpático, 
compreensão acima de tudo, um abraço inesperado. 
Sou dizer e ouvir palavras que emocionam.
     Sou um punhado de cartas, cartões e e-mails de amor, 
todos longos e intensos. Sou um amor mal resolvido,
 e mais outro. Sou a recusa de ficar ao lado de alguém só
 por ficar. Sou a opção de um romantismo e sem vergonha 
de ser assim. Sou uma folha em branco pra desenhar e 
escrever o que tiver vontade. Sou segurar as 
lágrimas nos olhos. Sou calar pra não magoar, s
ou de deixar a poeira ficar bem baixinha pra depois
 conversar.
     
      Sou ficar tentando lembrar do que eu sonhei toda manhã. 
Sou a saudade dos meus amigos da adolescência, 
das escolas onde estudei e dos professores que tive.
 Sou a saudade de pessoas que eu amei muito e que se foram. 
Sou a vontade de voltar a ser uma menina quando canso 
de ser adulta, e sou o orgulho de ter vencido até aqui. 
Sou um eterno procurar o lado bom da situação, um eterno racionalizar.
     Sou Chico Buarque, Renato Russo, novela das 8,
 dançar forró, desenho animado, chaves, filmes, 
novo cinema nacional, Internet com conexão rápida 
e milhares de e-mails, Fernando Pessoa, LFV, música 
de todos os jeitos.
     Não sou de jeito nenhum (por mais que eu tente):
 suco de cajú, grosseria, esporte na TV, academia, 
beterraba, matemática, Bonde do Tigrão, noite de calor.

     Sou assistir um filme debaixo da coberta num dia frio. Ligar o rádio bem alto enquanto arrumo a casa. Surpreender e ser surpreendida. Contar histórias pras crianças. Ouvir palavras doces e elogios sinceros. Comer manga lambuzando. Receber ligação no celular. Descobrir que eu estava certa. Ser desculpada quando piso na bola. Cheiro de neném..." 

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